terça-feira, 19 de julho de 2016
Philippe Halsman: da prisão à fotografia
Conheça Philippe Halsman, o homem que eternizou celebres humanos em suas lentes
Por Kakau Ricci e Diego Calvo
Todas as fotos são
para fins didáticos
Philippe Halsman, judeu nascido em Riga, que então era parte
do império Russo, teve uma vida sem muitos agitos até completar 22 anos em
1928. Morando na Áustria, saiu para praticar montanhismo com seu pai, Morduch
Halsman, mas, ao fim do dia, o velho jazia morto.
Sem mais delongas, foi acusado de assassinato. Julgado e
condenado a trabalhos forçados por 10 anos. O caso chamou atenção de
intelectuais judeus da época que denunciavam o crescente antissemitismo na
Europa.
Você pode querer ver também:
Albert Einstein, Sigmund Freud, Henri Hertz, Paul Painlevé e
Thomas Mann, enveredaram uma campanha pela libertação de Halsman, que aconteceu
em 1930 (por perdão da corte, não por o julgarem inoscente).
Ele então se mudou para a França e começou sua carreira de
fotógrafo contribuindo com trabalhos para a revista Vogue.
Quando a segunda guerra começou, Halsman, diante da invasão
Nazista na França, mudou-se para os EUA onde continuou trabalhando com moda,
passando por diversas revistas, incluindo a Life.
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Dalí Atomicus |
Em 1940 conhece o icônico Salvador Dali e ambos começam a
trabalhar juntos em alguns projetos. Em 1948, os dois fizeram a famosa foto
“Dalí Atomicus” onde mostra três gatos voadores, um balde de água sendo jogado,
Dalí em suspensão pintando um quadro sem tela e uma cadeira. Sem dúvida uma das
obras fotográficas mais surrealistas da história.
Segundo o fotógrafo, foram necessárias 28 tomadas para sair
uma imagem satisfatória (e outras 27 limpezas de estúdio também).
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Einstein Triste |
No entanto, um ano antes, em 1947, Halsman fez sua mais
famosa foto: Albert Einstein triste. Em uma sessão de fotos, o amigo que lhe
ajudara a sair da prisão e financiara sua mudança aos EUA, contava sobre seu
arrependimento de ter ajudado os americanos a produzirem a bomba atômica.
Tal foto virou um selo postal nos EUA e, em 1999, ilustrou a
capa da Time em matéria que nomeava o Físico como a “Pessoa do Século”.
Em 1951, o fotógrafo foi contratado para fotografar vários
comediantes famosos na época e eles, gostavam de serem fotografados saltando
(talvez inspirados pela foto de Dalí). Este trabalho também inspirou Halsman
que passou a fotografar dezenas de celebridades da mesma forma, saltando.
Esta peculiaridade artística resultou no livro “Philippe
Halsman's Jump Book”, de 1959. Em 2007, sua vida virou o filme “Junp!” (“Sentença
de um Assassino”, no Brasil). Quem interpretou o fotógrafo foi Bem Silverstone.
Ele disse certa vez: “Tento capturar a essência dos sujeitos
de forma sincera e sem artifícios. Meu desejo é criar um retrato que perdure na
história como a imagem que define essa pessoa, para que, quando a gente lembre
de uma grande figura do passado, o que se vê seja uma fotografia criada por
minha câmera e meu olho”.
Halsman morreu em 1979, aos 73 anos, em Nova Iorque. Deixou
como legado, para além das fotos, a imagem perpétua que muitas celebridades
serão lembradas.
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