quinta-feira, 16 de maio de 2013
A foto do funeral de crianças palestinas: fraude ou verdade?
Especialistas estão se digladiando para provar a veracidade
ou a mentira da foto. No meio disso tudo, a guerra de etnias.
Por Diego Calvo
Foto: AP/Paul Hansen/Dagens Nyheter
As polemicas envolvendo a foto do sueco Paul Hansen, vencedora
do mais importante prêmio da fotografia mundial, o World Press Photo 2013,
estão forrando sites especializados e gerando diversas dúvidas. Seria ela uma fotomontagem?
A foto mostra um funeral de duas crianças, de dois e três
anos, que teriam morrido após uma casa ser atingida por um míssil israelense na
faixa de Gaza.
O que acontece é que Hansen está sendo acusado de ter
manipulado a fotografia. Um especialista disse que a foto teria sido feita a
partir de uma montagem de três imagens.
Agora vem a parte mais curiosa: as pessoas que contestam a
fotografia são, na esmagadora maioria, formadas por grupos pró-Israel
(jornalistas e entidades). A contestação se baseia no laudo do especialista
Neal Krawetz, de origem judaica. (Leia o seu blog).
Em contra partida, o especialista e pai da análise forense
em fotografia, Dr. Hany Farid, diz que a fotografia é autentica. Ele chegou a
conclusão depois de analizar e comparar o arquivo no formato RAW com o no
formato Jpeg, resumindo, ele pegou o arquivo ‘original’ e comparou com o
entregue para o concurso.
Hany Farid, e não consegui confirmar a informação, teria
origem islâmica.
É claro e evidente que a imagem está sofrendo ataque
político de prós e contra Israel.
Assim foi com a imagem que o fotógrafo Nick Ut levou aos
jornais em 1972, do ataque do exercito americano a uma aldeia vietnamita com a
bomba Napalm. A menina nua e queimada na foto, correndo para se proteger e
chorando, com o choro dos horrorizados de medo e dor, causou tanta comoção que
quase obrigou o presidente Nixon a retirar suas tropas, o que aconteceu três
anos depois.
Nixon, em seu gabinete, teria afirmado que tudo não
passava de uma fotomontagem. Repórteres e partidários da guerra do Vietnã, também
levantaram suspeitas. Hoje ninguém ousa questionar a autenticidade da foto.
No entanto, Hansen confessou que mexeu na cor e no brilho de
partes isoladas da imagem e não adicionou ou retirou elementos na foto. Este é
um tipo de manipulação, mas a World Press decidiu aceitar e reafirmar o prêmio
para o fotógrafo.
O que está em jogo, não sei se perceberam, é que a imagem é
forte e apelativa, o que leva o público no geral a sentir pena do povo
palestino pela morte das crianças inocente e ódio de Israel que teria jogado o
míssil.
Percebem?
Não vou opinar e dizer quem está com a razão, se Israel ou a
Palestina. Essa é uma guerra muito distante da guerra que meu país enfrenta e isso
não me qualifica para criticar ou apoiar.
O fato é que desacreditar a foto e colocar em pauta uma
possível manipulação, é a melhor forma de desviar o foco da verdadeira notícia:
Crianças estão morrendo em uma guerra idiota!
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